terça-feira, 31 de março de 2009

Aldeia Global no século XXI

Larissa Ferreira


A mídia tem o poder de transformar a mente humana. Ela influencia sobre o modo de vida da sociedade, que começa a se basear em exemplos vistos na televisão ou na internet, para decidir que roupa usar, que transporte utilizar ou que atitude tomar. Agindo assim, as pessoas sustentam essa aldeia global na qual estamos convivendo, e incentivando o capitalismo que faz uma pessoa gastar muito mais dinheiro em uma roupa de grife do que uma roupa que simplesmente a vista.
A partir daí, o homem começa a modificar o espaço em favor da mídia fazendo-a ter status, audiência. E como isso tudo se torna tão sedutor aos olhos do público? De forma subliminar, apreentando sutilmente as vantagens de se ter, por exemplo, uma televisão digital com sistema de HDTV, 42 polegadas e etc. É algo narcotizante, que encanta e conquista o consumidor.

A Aldeia Global na era digital: a mídia em tempos de convergência total

Por Mariana Bernun


Desde a antiguidade o homem avança a capacidade de aprender e consequentemente de criar, evoluir virou sinônimo de progredir e melhorar. Com esse pensamento, a humanidade adquiriu novas tendências de vida.
O Paradigma da comunicação mudou, o homem tem uma necessidade de comunicar-se cada vez mais, isso tudo pela rapidez que a tecnologia proporciona. Para que mandar um fax se por e-mail é mais rápido, sendo que além do computador é possível utilizar também o celular?
Hoje tudo é mais fácil, a vida para a sociedade torna-se mais dinâmica à medida que não somos apenas receptores das mensagens, mas também emissores, cria-se desta forma uma convergência de mídias. A cultura das mídias é o que torna a informações mais rápidas segundo Lucia Santaella, e desta forma leva a aldeia global de Marshall Macluhan.
O progresso que constitui a aldeia global para o jornalismo, leva a uma aceleração desnecessária , pois ocasiona um hibridização em que diferenciar entretenimento de informação é algo sutil. Já é parte do conteúdo jornalístico buscar o que as pessoas querem ver, ouvir e ler, é a busca da audiência.
A meu ver, a aldeia global é algo que tende a crescer, porém nós futuros jornalistas, temos que nos adequar a essa nova tendência, com o cuidado de não ferir cada vez mais a qualidade jornalística.

Texto com base nas aulas

Aldeia Global

Por Bruna Pontes

Os meios de comunicação pressupõem uma interação; Nós seres racionais deixamos de sermos espectadores passivos para sermos atores desses meios de comunicação. Toda cultura é a extensão do nosso corpo e da mente; Primeiramente para nossa sobrevivência.
Há uma dependência na atual civilização, que nos deixa narcotizados, nossa percepção é afetada; Os meios de comunicação é a extensão dos nossos 5 sentidos, onde nós interagimos; Por exemplo a língua (idioma) é uma extensão do meio cultural como uma ferramenta para interagimos. Nós jornalistas somos formadores de opinião. Isso só é possível através da mídia; sem ela é impossível chegar às pessoas, e se através dos rádios, televisões, jornais. As mídias multiplicam a informação e faz tudo se localizar mais rápido; a questão tempo e espaço começa a mudar; a aceleração afeta o fazer jornalismo; a informação cria rapidez. A aldeia global se entende como fluxo de informação e pessoas; Há uma sensação de que o mundo “encolheu”. Isso se deu a partir do século XIX pela cultura de massas. O rádio, por exemplo: voltou à era oral; consumo para a própria cultura de massas; as mídias continuam convivendo; nenhum dos meios deixou de existir. Houve uma aceleração na era da Internet que se multiplicou ao longo dos 25 anos; houve uma pulverização de suporte, agora você seleciona o que quer ver, ouvir, fazer; um consumo mais individualizado se criou; o paradigma se rompeu; os suportes se multiplicaram. A Era ou meio digital trouxe rapidez, praticidade e compatibilidade. O computador se tornou a “mídias das mídias”!

Escravos de mídia

Faz duas semanas em que estou sem meu celular, pois este se encontra quebrado. Já levei na loja para consertar, que sí fica pronto daqui há 5 dias. O celular hoje faz milhares de funções além daquela para qual ele foi criado, pois além de fazer ligações vejo televisão, olho meus emails na internet, escuto rádio e armazeno minhas fotos.
Até aí, nenhum problema, estou vivendo sem ele numa boa. Na verdade muitos filósofos falam que o celular virou uma extensão do corpo humano outros dizem que ele veio para conviver com outras mídias, futuramente convergir mídias como televisão.
O problema em questão é uqe o ser humano não consegue viver sem o celular. Hoje de manhã minha mãe ficou sem o dela, e já estava doida, estressada. Aí eu paro e pergunto: "Mãe, como é que você fazia então há 1o anos atrás para contactar as pessoas ? ".

Essa situação me fez lembrar da aula que tivemos, depois que o ser humano inventou a fotografia, passou a documentar suas emoções vividas. Depois que inventou o telefone, o homem percebeu que havia encurtado fronteiras e que não precisava mais usar correios ou mandar recados através de outras pessoas. Isso fez com que ele se acostumasse com as coisas cada vez mais rápidas, assim sendo totalmentente dependente delas. Para mim, ficar sem o celular não é o fim do mundo, mas confesso que atrapalha muito o meu dia.

Parece que nós agora somos os homens das cavernas segundo a história de Platão, adorando observar apenas as sombras e prisioneiros da gruta.


Rafael Carrieri

A Aldeia Global na era digital: a mídia em tempos de convergência total.

A era Digital é para Lúcia Santaella a sexta Era Cultural antecedida pela Oral, Escrita, Imprensa, Massa e Mídias que segundo ela convivem ao mesmo tempo. A partir da era da Imprensa a Indústria Cultural fica cada vezmais presente e é caracterizada principalmente pela chegada do telegrafo,telefone e do cinema, por exemplo. Seguida pela era das Massas quando háuma aceleração no fluxo de pessoas e informações e a formação de áreasurbanas. Logo depois a era das Mídias com uma característica maisindividualizada, ou seja, com a invenção do vídeo cassete pode-se optar porum filme ao invés da programação da TV. Com a chegada da era Digital que éhoje sinônimo de rapidez e praticidade dá início ao conceito de “Aldeia Global”.

Mcluhan criador do conceito “Aldeia Global” em seu livro Os meios de comunicação – como extensão do homem fala sobre as informações e tecnologias como extensões de nós mesmos. Atualmente a internet a partir do computador considerado hoje a mídia das mídias conecta todo o planeta, através de mensagens, imagens e sons em poucos segundos, um feito que aproxima as pessoas mesmo que estejam em opostos lados do mundo. Em contraponto Lúcia em seu livro Cultura das mídias também cita as extensões do homem mais especificamente das máquinas e as compara ao corpo e cérebro humano e as possíveis substutição do homem pela máquina.

O híbrido citado por Mcluhan definido como um momento de verdade erevelação em seu livro equivale a Convivência de Mídia, da qual fala Lúciaé quando da junção de diferentes mídias nasce uma nova forma. As nossasextensões mexem com a nossa percepção de mundo e em um trecho do seu livroMcluhan explica “(...) o paralelo de dois meios nos mantém nas fronteiras entre formas que nos despertam da narcose narcisista. O momento do encontro dos meios é um momento de liberdade e libertação do entorpecimento e dotranse que eles impõem aos nossos sentidos.”.



Alline Juscelino

Milk e Flynt: ideais convergentes




Por Fernando Richter

Ficou muito claro, em uma das aulas do professor Márcio Rodrigo, que “tudo” é extensão de “algo”. E também se provou que todos nós precisamos dessas extensões.

Você já imaginou como seria desconfortável e, até anti-higiênico, fazer as nossas refeições sem o uso de talheres? Ou como seria ruim viver sem roupas (as mulheres perderiam a sensualidade)? E falando de meios de comunicação, que também são uma extensão. Será que viveríamos sem a comunicação? Sem saber das notícias? Sem estar a par do que está acontecendo no mundo? Quem ousa ficar um dia sem celular?

Pois bem, isso é um tema bastante interessante.

Essas extensões podem aparecer de formas diferentes. Uma delas é o cinema, que nos passa uma mensagem, seja de inspiração, amor, violência, reflexão etc.

Nessa madrugada assisti ao filme “Milk- A voz da igualdade” no qual foi protagonizado pelo ator Sean Penn, ganhador do Oscar por interpretar o ativista Harvey Milk. Neste filme percebi que existe uma convergência com o filme “O povo contra Larry Flynt”, lançado no ano de 1996.

Em o povo contra Larry Flynt, um grupo de direita religiosa tenta acabar com a vida do criador da revista pornográfica Hustler que passou a ter uma popularidade fora do normal, na década de 70. Flynt chegou a ser perseguido e o grupo que tentava o condenar alegava que: “A revista poderia ser comprada em qualquer mercearia, bem ao alcance de nossas crianças”.

Em Milk, tudo é muito parecido. O ativista também viveu a década de 70 e foi perseguido por grupos de direita religiosa norte-americana, preocupados em combater o homossexualismo, visto para eles como algo imoral para as crianças e todos os valores da sociedade. Neste filme, profissionais homossexuais perdem seus empregos. Professores são proibidos de darem aulas, pois, segundo esses fanáticos, suas crianças correm risco de seguirem o caminho homossexual devido à orientação pedagógica. Absurdo!

Os dois filmes são muito bons, além de parecidos. Talvez a única diferença esteja em seus objetivos. Milk defende o homossexualismo e Flynt briga pela liberdade de imprensa.

Vejo ‘Milk’ como uma extensão de ‘O povo contra Larry Flynt’.


A manipulação e a sedução das imagens



Por Caroline Dantas

A imagem como um complemento para o texto a ser colocado no jornal e até mesmo na tv é o ponto de partida para chamar a atenção do leitor ou telespectador, para observar o que está sendo dito.

Desde os primórdios,as imagens sempre foram muito importantes para a comunicação.Hoje não é diferente, aumentou ainda mais essa importância, já que o ser humano deslumbra-se com as imagens que lhes é proporcionado em qualquer que seja o veículo de comunicação, exceto o rádio.Mas que por um lado, tem um sentido de fazer com que aquele que esteja ouvindo-o busque em seu inconsciente(pensamento), o que compõem a notícia dada ou até mesmo a forma como um locutor chama uma música.

Contudo, toda essa evolução das imagens aumentaram por conta da fotografia digital, que torna ainda mais complexo o que se é visto nestas, já que muitas vezes a fim de contar uma "Boa história" a mídia de forma desleal manipula as imagens, deixando o observador acreditar em algo que muitas vezes não existe. Sendo assim a mídia faz o observador ver o ''panctum'' (ponto de vista)que esta julga ser o grande scoop(furo de reportagem),ou seja, que o leitor ou telespectador tenha a mesma percepção da mídia para um fato.

Então a imagem é a grande forma de entendimento humano, sempre acompanhada da comunicação falada e escrita.

O tempo se transforma!

Claro que o tempo é útil, mas ele é apenas uma forma que o homem inventou para se organizar, o tempo não existe de fato.
Como o tempo muitas coisas inventadas pelo homem fazem parte de extensões por ele comercializadas e difundidas como algo comum. Seria acomodação? Seria necessidade? Não se sabe ao certo, o que se entende é que o homem moderno precisa, sim, de muitos aparatos caros ou baratos para sobreviver.
Nos dias de hoje raramente se encontra alguém sem um aparelho de celular, sem e-mail, sem Tv ou qualquer novidade das novas tecnologias. Mas sempre procurou mecanismos para facilitar a sua vida.
Engraçado como a vida se tornou tão mecânica, não é? Hoje om um simples click, dominamos o mundo ou pelo menos fazemos intervenções fantásticas.
E a imagem o que é então? Seria tudo que precisamos para se interessar ou não por alguma coisa, nossa cabeça arquiva todas as imagens marcantes e necessarias para a vida. Lembramos facilmente de imagens que marcaram momentos e histórias, claro, lembramos de pessoas famosas que fizeram parte de um instante importante.
E aonde vamos parar com tanta modernização? Aqui exatamente onde estamos, sim, as pessoas serão as mesmas mas as mudanças e as extensões por elas produzidas serão sempre melhores e mais capazes de substituir o homem e quase todas as suas ações.
O importante é sempre lembrar que: "O tempo transforma tudo, a natureza e as pessoas são as que mais sofrem com isso."
Muito bem vindo a globalização exagerada!!!



Mariana Belmont

Mudanças e mais mudanças

Um passado sem tecnologia, apenas cultivo de alimentos e criação de animais;

Pessoas intelectuais com idéias na cabeça, criações que trouxessem mudanças;

Muito tempo de estudos e pensamentos sobre invenções que pareciam impossíveis;

Com muita vontade e determinação, muitas dessas “loucuras” viraram realidade;

Telefones, máquinas de escrever, rádios e televisores, criações inovadoras;

Todas essas, com o intuito de acelerar e simplificar a informação e a comunicação;

Claro, entretenimento também aparece com toda essa tecnologia;

O avanço desta é contínuo, é sempre necessário mais e mais;

O que antes parecia impossível toma conta total da sociedade;

Agora são televisões de LCD, celulares, computadores e aparelhos de MP3 até MP10;

São todos mimados e narcotizados por essas inovações e avanços;

O interessante é que antes nada disso existia e todos viviam muito bem;

Mas hoje, não aguentam um dia sequer sem todos esses aparelhos.



Bruno Moretti Rezende

<-- <-- <- - OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO - -> --> --> --------------- Como Extensões do Homem ----------------


Os homens se tornam aquilo que contemplam ou aquilo com qual interagem. (Marshall McLuhan)

Um novo paradigma que altera a percepção de mundo...

As transformações da natureza e o desenvolvimento de uma civilização.

Uma sucessão de espaços psicológicos...

A consciência das extensões que nós criamos para o nosso corpo:

Extensões da pele e das mãos...

Extensões do cérebro e da memória...

Extensões do imaginário e dos sentidos...

Extensões artificiais de outras extensões.

A necessidade das extensões culturais e o efeito narcotizado.

A construção da convergência de mídia como resultado das extensões humanas.

:: Julyana Rossato ::


segunda-feira, 23 de março de 2009

ALDEIA GLOBAL

Por Erika Bismarchi

Na última aula de comunicação comparada estávamos aprendendo sobre convergência de mídias. E lá pelas tantas, chegamos a Culturas das Mídias e a Cultura ou Era Digital.
Depois de alguns embaraços na cabeça, algumas deduções, perguntas de alguns e outros, pudemos chegar ao um ponto de partida, que nos dias atuais se tornou muito comum assistirmos a qualquer imagem ao vivo de qualquer país do mundo, virou normal escutar música no celular e poder dividí-la com um amigo em questão de segundo por via Bluetooth, é trivial nos comunicar todos os dias com pessoas distantes pelos nossos próprios computadores apenas com o uso de uma ferramenta tão essencial como o uso da Internet.
Como foi dito em sala de aula estamos vivendo sim em uma aldeia global, uma aldeia por parecer pequeno e global por ser tão grande. Sim, pequeno como um vilarejo, que todos num "piscar de olhos" podemos falar, ver e conversar naturalmente com alguma pessoa que está tão distante, do outro lado do globo, parece surreal! E agora com esses novos sites de relacionamentos que surgem, podemos conhecer alguém, conseguimos fazer "visitas" como se fossemos tomar um cafezinho, vemos fotos, deixamos recados e comentários.
Fico imaginando como nossos avós conseguiram viver tanto tempo se correspondendo por cartas... Às vezes escuto pessoas mais velhas contando que para fazer uma ligação tinham que andar tanto para usar um telefone público. Hoje se torna tão fácil tirar nosso celular do bolso e fazer uma ligação, tirar uma foto, escutar uma música e até mesmo ler um e-mail do ônibus, da rua, de onde quisermos...
Com tanta tecnologia nós podemos, por exemplo, ver em tempo real uma praia na Austrália, conhecer o mundo sem sair da nossa sala... E cada vez mais o mundo irá diminuir diante dos nossos olhos. Isso pode nos assustar... Mas é a tão esperada evolução!

sexta-feira, 20 de março de 2009

A Aldeia Global


Penso que este é um caminho irreversível e que os meios de comunicação estão sendo totalmente remodelados.
A essência da comunicação de massa vai mudar muito as iniciativas de cross media já sinalizam para isso. A gente produz conteúdo voltado a um determinado meio, a internet por exemplo, e ele vai parar como link no seu celular essa é uma revolução que vai redimensionar os meios e redefinir inclusive um novo modelo para a imprensa.

Estamos caminhando para a extinsão dos jornais, logo jornalistas não precisarão mais sair de casa para buscar informações, nem mesmo escreve-las para seu público tudo caminha para uma era que em partes ja acontece, escrevemos o que queremos, quando queremos e só postamos na internet, em segundos o mundo inteiro tem acesso as nossas informações. É a vida individual, movida pelos acontecimentos globais.


por Viviane Lima de Almeida

quinta-feira, 19 de março de 2009

Conexão digital

A criatividade dessa imagem chama a atenção por simplesmente remeter de maneira descontraída a interação entre as pessoas por meio da tecnologia. Essa, em específico, é sobre celular de terceira geração (3G). Mas pode-se observar que a sequência do processo representado acima é extremamente parecida com o que milhares de pessoas fazem (muitas vezes sem perceber) no seu dia-a-dia. A velocidade com que as informações são transmitidas provocam comodidade e sensação de proximidade, atraíndo uma quantidade cada vez maior de pessoas que tornam-se emissoras por meio da cultura digital.

Analina Arouche

Imagem: Revista IstoÉDinheiro 18.03.09 pág. 40 e 41

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Nós que aqui estamos por vós esperamos."
por Nicolau Sevcenko

Com base na história e na psicanálise, Marcelo Masagão compôs um complexo mosaico de memórias do século 20. Seu recurso à justaposição de imagens e seqüências fragmentadas, ao invés de uma narrativa contínua e linear, capturou o âmago mesmo desse tempo turbulento. A irrupção nele da cultura moderna indicava precisamente isso: a ruptura de todos os elos com o passado; o imperativo da supremacia tecnológica; a penetração ampla e profunda em todas as dimensões, macro e micro, da matéria, da vida e do universo; o anseio da aceleração, da intensidade, e da conectividade; a abolição dos limites do tempo e do espaço. O que mais marca este momento portanto, é justamente essa multiplicação de energias, a pluralidade das sensações e das experiências, o esfacelamento da consciência e a interação com os mais diversificados contextos.
A história se pulveriza numa miríade de registros e o inconsciente aflora, magnificado pela potência das novas fontes de estimulação sensorial, bem como pelo choque traumático das forças destrutivas deslaçadas sobre a humanidade.
Sensível e ponderado foi também o seu modo de jogar com as perspectivas de gentes simples e anônimas, nascidas no torvelinho das grandes transformações, dragadas pelas engrenagens dos gigantescos complexos industriais, as linhas de montagem, o lazer massificado, a publicidade, os apelos do consumo, as alegrias da dança e do corpo liberado, os rigores trágicos das crises e da guerra. Dando nome a essas criaturas minúsculas, ele ao mesmo tempo devolve o quinhão de humanidade que lhes foi negado, como destaca o modo pelo qual a dinâmica social opera através da modulação dos comportamentos, a rotinização do cotidiano e a galvanização das mentes.
Dentre a massa de personagens anônimos ressaltam alguns rostos e nomes famosos: artistas, cientistas, intelectuais, líderes políticos e espirituais. Eles funcionam como chaves que articulam tendências de ampla configuração em diferentes níveis da experiência social e cultural. Catalisando processos em andamento, eles ao mesmo tempo dão voz às minorias silenciosas, como sinalizam alternativas ou consolidam estados latentes de aspiração, conformação, revolta ou ressentimento. A história é tramada nessa imprevisível dialética entre pressões estruturais, decisões individuais, desejos, pavores e projeções subconscientes, tensões sociais e a polifonia de vozes que dão forma e expressão às conjunturas.
A singela fórmula " nós que aqui estamos, por vós esperamos ", gravada no portal do pequeno cemitério de província, é outro dos achados cintilantes deste filme. Por um lado, ela oferece um contraponto tocante às ambições grandiloqüentes do século 20 e de sua modernidade. Evoca a fragilidade e os estreitos limites da condição humana, os quais têm sido sistematicamente ignorados por poderes e ambições que atravessaram o período impondo demandas e sacrifícios exorbitantes. Por outro lado, apresentada no final do filme, a frase ressoa e opera como um feixe que conecta todos os fragmentos dispersos, nos transportado para dentro daquele mundo, como mais uma memória que irá se somar a esse painel dramático, ligada a cada detalhe dele por vínculos de solidariedade e compaixão. Os temas compulsivos e recursivos das músicas de Win Mertens funcionam como o nexo emotivo que, se instila ritmo e vibração às imagens, também nos pões em sintonia com os sonhos profundos que animaram nossos irmãos e irmãs nessa aventura histórica ainda mal entendida e certamente inacabada, mas que obras como essa nos ajudam a vislumbrar e a compreender melhor. Creio que é isso também que eles, lá na sombra discreta do cemitério, esperam de nós.
Nicolau Sevcenko
Professor de História da Cultura USP-SP
São Paulo, 22 de dezembro de 1999
Nelton Silveira

quinta-feira, 5 de março de 2009

Olá, pessoal.

É importante lembrar que o perfil que deve permanecer é o do grupo da classe. Solicito que o mesmo seja mantido como Unisa306C.
Quando forem postar texto, foto ou vídeo, assinem a o nome abaixo da postagem e os leitores saberão quem está postando.
Obrigado.

Nelton Silveira