terça-feira, 31 de março de 2009

Milk e Flynt: ideais convergentes




Por Fernando Richter

Ficou muito claro, em uma das aulas do professor Márcio Rodrigo, que “tudo” é extensão de “algo”. E também se provou que todos nós precisamos dessas extensões.

Você já imaginou como seria desconfortável e, até anti-higiênico, fazer as nossas refeições sem o uso de talheres? Ou como seria ruim viver sem roupas (as mulheres perderiam a sensualidade)? E falando de meios de comunicação, que também são uma extensão. Será que viveríamos sem a comunicação? Sem saber das notícias? Sem estar a par do que está acontecendo no mundo? Quem ousa ficar um dia sem celular?

Pois bem, isso é um tema bastante interessante.

Essas extensões podem aparecer de formas diferentes. Uma delas é o cinema, que nos passa uma mensagem, seja de inspiração, amor, violência, reflexão etc.

Nessa madrugada assisti ao filme “Milk- A voz da igualdade” no qual foi protagonizado pelo ator Sean Penn, ganhador do Oscar por interpretar o ativista Harvey Milk. Neste filme percebi que existe uma convergência com o filme “O povo contra Larry Flynt”, lançado no ano de 1996.

Em o povo contra Larry Flynt, um grupo de direita religiosa tenta acabar com a vida do criador da revista pornográfica Hustler que passou a ter uma popularidade fora do normal, na década de 70. Flynt chegou a ser perseguido e o grupo que tentava o condenar alegava que: “A revista poderia ser comprada em qualquer mercearia, bem ao alcance de nossas crianças”.

Em Milk, tudo é muito parecido. O ativista também viveu a década de 70 e foi perseguido por grupos de direita religiosa norte-americana, preocupados em combater o homossexualismo, visto para eles como algo imoral para as crianças e todos os valores da sociedade. Neste filme, profissionais homossexuais perdem seus empregos. Professores são proibidos de darem aulas, pois, segundo esses fanáticos, suas crianças correm risco de seguirem o caminho homossexual devido à orientação pedagógica. Absurdo!

Os dois filmes são muito bons, além de parecidos. Talvez a única diferença esteja em seus objetivos. Milk defende o homossexualismo e Flynt briga pela liberdade de imprensa.

Vejo ‘Milk’ como uma extensão de ‘O povo contra Larry Flynt’.

2 comentários:

  1. Creio que, neste caso, o que você chama de "extensão" entre os dois filmes seria um caso de intertextualidade construída por meio de um sutil dialogismo detectado por você, não?

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