terça-feira, 12 de maio de 2009

O homem será como sua criatura?

Seu maior temor é ser dominado por elas


Primeiro é preciso compreender que as máquinas são utilizadas por seres humanos, e não o contrário.


Uma das máquinas mais citadas é o computador. Cada vez mais mudado. Mas todas as máquinas sofrem constante mutação e isso assusta o homem (o homem aqui, representa humanidade). E o mais assustador é saber que o próprio homem a constrói. Grande contradição. O que o homem teme na verdade, é ele mesmo.

Mas devido à teia da comunicação ser tão ampla, fez com que o mundo esteja cada vez mais conectado. Novas tecnologias aproximam a realidade da ficção científica, em um ambiente wireless. Os telefones celulares, palm-tops, handhelds, laptops e as redes sem fios fazem a internet virtualmente acessível em qualquer lugar, a qualquer momento. Perde-se a noção do tempo, e a impressão que se tem é de uma passagem de vida mais “rápida”. Na verdade, um dia continua com 24 horas, o que fazer no decorrer dessas horas é o que determina quanto tempo se deseja ter.



A dominação só existe se o homem permitir, é o que o teórico dos meios de comunicação Marshall McLuhan aborda em seu livro "Meios de Comunicaçao como Extensões do Homem”. Marshall afirma que a convergência entre os meios veio exatamente para facilitar a relação do homem com as máquinas. E isso deve estar claro na mente humana. O ato de pensar, refletir e questionar são capacidades do homem. E este tão pouco criará algo idêntico. Talvez uma criatura aparentemente semelhante. Mas seus raciocínios e sentimentos serão meras programações.




A confiabilidade no homem deve ser mantida?

A competência de construir um dispositivo com funções humanas é algo impressionante. Imaginar suas utilidades e desenvolvê-las de maneira que sejam executadas com eficácia, é o que torna uma máquina “perfeita”, ou seja, com uma margem de erros quase nula. Visto o ótimo resultado, alguém tem que assumir a culpa por um possível erro. Primeiramente, o erro recai sobre o operador, que por sua vez culpa o criador e neste emaranhado a máquina é imune.

Vez após vez, o homem brinca de ser Deus. Essa obsessão pelo domínio sobre a criatura lhe traz e sensação de poder e sentido para a vida. Estar em todos os lugares ao mesmo tempo, ter poder sobre todas as coisas e estar de ciente de tudo, é a busca incessante do homem moderno. Como se a tecnologia o preenchesse.




Com todo esse medo da dominação, resta questionar sobre o futuro.

O futuro nada mais é do que a criação da linguagem. A projeção de algo desconhecido, construído com o conhecimento e experiências já vividas, que criam uma capacidade de expressão sofisticada, da qual se elabora todo um quadro do porvir. Dentro desse pensamento, compreende-se que a conexão existe desde os primórdios, mas cada tempo tem seu contexto. No conceito do mecanismo, nada mudou. Sempre foi necessário manter ações simultâneas. Como um ditado popular: “um olho no padre e outro na missa”.


‘Eu vivo prestando ANTENÇÃO PARCIAL e CONTÍNUA ao meu redor’


É como o índio, no momento da caça, está de olho na presa, mas precisa ficar atento aos perigos da selva ou pode virar almoço de onça. Assim também o homem, deve estar atento todo o instante de maneira parcial. Para que não se perca com o que há de novo. A humanidade deve ceder à inteligência emocional, ‘serve para o bem, mas pode fazer mal’. Sempre ciente de que existe possibilidade de sobreviver entre os meios estruturais.

Por Analina Arouch
e


Referências bibliográficas

*Meios de Comunicaçao como Extensões do Homem – Marshall McLuhan

*Entrevista com Silvio Meira (PHD em Ciência da Computação, Professor e Engenheiro de Software, Pesquisador científico da ONU) no programa Marília Gabriela - GNT (Domingo – 26/04/2009 as 22h00).

*Imagens:

Paulinha’s Blog - endereço eletrônico: paulinhafa.wordpress.com/2009/03/11/viver/

Chan Blog – endereço eletrônico: chanblog.wordpress.com/.../

Site “Mente Aberta” – endereço eletrônico - http://menteaberta.org/tag/maquina/

Portal “Pobre Virtual” – endereço eletrônico - www.pobrevirtual.com.br

3 comentários:

  1. Oi Analina, primeiro gostaria de agradecer pelo comentário que você fez no meu texto, segundo parabéns pelo texto, lúcido e objetivo! E concordo plenamente quando você diz que,"Primeiro é preciso compreender que as máquinas são utilizadas por seres humanos, e não o contrario". Apesar, de ás vezes eu ter a impressão que a cria está manipulando o criador e sinto, que isso não é nada bom. Então não devemos nos esquecer que existe uma força maior que move essa máquina que chamamos de corpo humano. Por isso dizemos: que temos um corpo e não que somos um corpo.

    Bjss!!

    Luis Leite 3º semestre de Rádio e TV

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá Luis tbm agradeço pela participação!
    Concordo com você! Não é bom que essa 'manipulação' seja contrária... o que era para ser manipulado, manipula. Se somos um corpo e temos total controle sobre ele, porquê essa percepção está se perdendo? A resposta está em um texto seu... "Sociedade Narcotizada".

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