segunda-feira, 25 de maio de 2009

--> --> --> A Teia Imagética da Realidade <-- <-- <--

As pessoas estão muito mais absorvidas pela convergência das mídias do que é possível perceber ou presumir...
O corpo vive em ebulição, um movimento permanente...
Nós não somos as mesmas pessoas que éramos ontem...
Nós não somos os mesmos de segundos atrás, pois ocorreram muitas mudanças e transformações que modificaram nossas vidas.

Em um mundo onde não existe uma única verdade, o que é a realidade?
Os sonhos são tão reais quanto um teclado, pois ambos podem ser destruídos.
Os sentimentos não são tangíveis, mas podem ser tão ou mais reais do que um livro.
Uma hora pode parecer um segundo, porque é variável a forma com que cada pessoa sente o tempo, o espaço e o real.
Nada pode ser mais vago do que o tempo, porque os espaços abstratos carregam inúmeros significados.
Cada pessoa está dentro do seu próprio tempo psicológico e emocional.

A realidade já não é mais a mesma, assim como os sentimentos...
Eles pertencem a um conjunto maior, com áreas de intersecções que diminuem gradativamente a sensação de tempo e aumentam a sensação de espaço.

Apesar de muitas pessoas não perceberem, o mundo modifica os espaços perpetuamente...
Algumas pessoas significam muito em nossas vidas, mesmo que elas não saibam disso...
Mesmo quando elas vão embora, continuam fazendo parte do nosso cotidiano e tornam-se símbolos de tudo o que representam...
Muitas vezes, elas modificam para sempre o nosso comportamento e a nossa percepção de mundo...
Da mesma forma que nós modificamos a natureza, também sofremos modificações...
Sempre em busca de uma vida melhor, de um futuro muito distante...

Nós atribuímos sentido à vida, interagindo e compartilhando palavras que não são nada mais do que extensões da nossa memória e do nosso imaginário.
Nós utilizamos os sentidos e partilhamos informações coletivamente.
Nós somos reféns de tudo o que criamos, pois não podemos separar coisas que se tornam inseparáveis...

Da mesma forma que nada surge do nada, tudo é resultado das extensões humanas, que aumentam a complexidade das questões que nos rodeiam.
A informação está na velocidade da luz e esse processo não acabará enquanto a humanidade existir...

A partir do momento que o homem cria uma extensão, ela passa a fazer parte dele...
Mas essas próprias extensões podem se rebelar contra ele, por isso, o homem tem medo que as máquinas dominem o mundo.
As ferramentas e extensões refletem na vida de cada pessoa, que deseja transcender alguma coisa além da sua finitude...
No entanto, a única certeza do homem é que um dia tudo irá acabar, mas os símbolos e os signos estarão marcados para a posteridade...

No final, o registro do imaginário será tudo o que restou do mundo...
Somente um emaranhado de memórias densas e vagas do que existiu...
Nada além de registros inconscientes de imagens...
Imagens tecidas na teia da história imagética, buscando representar o que já se foi...

Uma multiplicidade infinita de imagens que permanecem...
Como se não tivesse ocorrido tempo...
Como se elas tivessem vida própria...

Nada além de fragmentos narcotizantes e intertextuais...
Fragmentos que seduzem e que sufocam...
Fragmentos do processo clássico de migração para o futuro incerto.
Mas ainda assim, um apego ao passado...
Uma teia construída por algum motivo, mas que se perdeu da mesma forma que começou...

:: Julyana Rossato ::

Referências Bibliográficas:

* Culturas e Artes do Pós-Humano de Lúcia Santaella.
* O Filme de Voyeurismo de Arlindo Machado.
* Manual do Roteiro de Syd Field.
* Mundialização e Cultura de Renato Ortiz.

Um comentário:

  1. UAU! Um poema para a posteridade da mídia convergente. Muito bom! Resumiu a essência do curso.

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